Maria Madalena, primeira discípula missionária, curada das feridas e testemunha da Ressurreição, é o ícone de uma Igreja jovem. Dificuldades e fragilidades dos jovens nos ajudam a nos tornarmos melhores; seus questionamentos nos desafiam; as críticas nos são necessárias porque muitas vezes através deles a voz do Senhor nos pede conversão e renovação. Todos os jovens estão no coração de Deus, mesmo aqueles com diferentes visões de vida; nenhum é excluído por Deus. Os Padres Sinodais ressaltam o dinamismo construtivo da sinodalidade, do caminhar juntos: o final da Assembleia e o Documento final são apenas uma etapa porque as condições concretas e as necessidades urgentes são diferentes entre países e continentes. Daí o convite às Conferências Episcopais e às Igrejas particulares para prosseguir no processo de discernimento com o objetivo de elaborar soluções pastorais específicas. 2l61
“Sinodal” é um estilo para a missão que exorta a ar do “eu” para o “nós” e a considerar a multiplicidade de rostos, sensibilidades, origens e culturas diferentes. Neste horizonte são valorizados os carismas que o Espírito dá a todos, evitando o clericalismo, que exclui muitos jovens e adultos dos processos de decisão, e a clericalização dos leigos, que freia o ímpeto missionário.
Que a autoridade seja vivida a partir de uma perspectiva de serviço. Sinodal seja também a abordagem ao diálogo inter-religioso e ecumênico destinado ao conhecimento recíproco e à superação de preconceitos e estereótipos, e também a renovação da vida comunitária e paroquial, para que encurte as distâncias jovens-Igreja e mostre a íntima conexão entre fé e experiência concreta de vida. Foi formalizado o pedido diversas vezes feito na Aula para instituir, em nível de Conferências Episcopais, um “Diretório de pastoral da juventude em chave vocacional”, que possa ajudar os responsáveis diocesanos e os agentes locais a qualificar a sua educação e ação com e para os jovens, contribuindo a superar certa fragmentação da pastoral da Igreja. Foi reiterada ainda a importância da Jornada Mundial da Juventude, bem como a dos centros da juventude e oratórios, que precisam, no entanto, ser repensados.
Há alguns desafios urgentes que a Igreja é chamada a enfrentar. O Documento Final do Sínodo aborda a missão no ambiente digital: parte integrante da realidade cotidiana dos jovens, “praça” em que eles am muito tempo e se encontram facilmente, um lugar irrenunciável para alcançar e envolver os jovens também nas atividades pastorais, a web apresenta luzes e sombras.
A internet, por um lado, permite o o à informação, ativa a participação sociopolítica e a cidadania ativa; porém, por outro lado, apresenta um lado obscuro em que se encontram a solidão, a manipulação, a exploração, a violência, cyberbullying, pornografia. Daí o convite do Sínodo para habitar o mundo digital, promovendo o seu potencial comunicativo em vista do anúncio cristão e a “impregnar” de Evangelho as suas culturas e dinâmicas.
Faz-se votos de que sejam criados organismos para a cultura e a evangelização digital que, além de “favorecer a troca e a disseminação de boas práticas, possam gerenciar sistemas de certificação de sites católicos, para conter a disseminação de notícias falsas sobre a Igreja”, emblema de uma cultura que “perdeu o sentido da verdade”, encorajando a promoção de “políticas e instrumentos para a proteção dos menores na web”.