O ato de celebrar bem pode ser considerado uma forma de arte, pois envolve uma transposição simbólica e emocional que transcende o simples ato físico, permitindo que experiências ordinárias se transformem em momentos extraordinários de significado. Nessa experiência, os fiéis são chamados a celebrar a Aliança entre Deus e seu povo reunido, mas Deus se manifesta não de modo imediato, mas utilizando a lógica das mediações humanas. 2t1p3n
Gestos, palavras e objetos não são simples instrumentos ou pretextos para atingir o mistério de Deus revelado em Cristo: faz parte do seu ser, da sua carne, poder-se-ia dizer, Deus se manifestar, se deixar entrever, se dar a contemplar. A sacramentalidade cristã leva a sério o seu peso de humanidade: é no concreto dos irmãos e das irmãs reunidos, da Palavra proclamada, dos gestos e das coisas, das pessoas que presidem, leem, oferecem, que se manifestam o dom de Deus e a ação de graças da sua Igreja. Assim como ele se declara realmente presente e de fato está na pessoa doente, faminta, presa… (Mt 25,31-46).
Dado o exposto, podemos confirmar a seriedade da liturgia em relação aos seus gestos, palavras e objetos utilizados nas celebrações, de forma que os mesmos não são meramente simbólicos, mas são meios pelos quais Deus se manifesta e se revela aos fiéis. As celebrações não são apenas rituais vazios, mas são momentos sagrados nos quais a presença de Deus é experimentada através da participação ativa dos fiéis. É justamente quando os gestos, palavras e objetos am a ter significado e são realizados com seriedade que os ritos cristãos podem suscitar uma participação plena, consciente, ativa, interior e exterior dos fiéis cristãos.
Ao celebrar com arte, por meio da Eucaristia e dos demais sacramentos, os fiéis não apenas recordam os ensinamentos de Jesus, mas também vivenciam sua presença real e atuante. Isso promove um enriquecimento espiritual e fortalece o vínculo com a comunidade.