A grande comunidade é praticamente inviável para manter os vínculos humanos e sociais entre todos, mas ela pode ser setorizada em grupos menores que favoreçam uma nova forma de partilhar a vida cristã. A paróquia descentraliza seu atendimento e favorece o crescimento de lideranças e ministérios. Não se deixa a referência territorial das comunidades maiores e a matriz, mas se criam novas unidades sem tanta estrutura istrativa. 683i3a
É possível descentralizar o território paroquial, mesmo que não seja fácil ar de uma paróquia centralizada num único prédio, onde acontecem todas as atividades, a uma paróquia comunidade de comunidades espalhadas por todo seu território. Importa, porém, investir na descentralização, seja iniciando experiências significativas, seja reconhecendo, no dia-a-dia das comunidades, o que já existe.
A setorização é um meio. Por isso, mais do que uma demarcação de territórios, é preciso identificar quem vai animar e coordenar esses setores, pequenas comunidades. Sem essa preparação, a simples setorização não renova a vida paroquial. Nesse contexto, o protagonismo dos leigos e os ministérios a eles confiados serão determinantes para o bom êxito da setorização. Igualmente, será preciso um novo planejamento da paróquia como rede, evitando a concentração de todas as atividades na matriz. Mais do que multiplicar o trabalho do pároco, trata-se de uma nova organização, com maior delegação de responsabilidade para leigos e religiosos que atuam na paróquia.
Diversas experiências de setorização das paróquias já ocorrem em muitas Dioceses. Na maioria delas, a região pastoral é dividida em pequenos grupos que podem se conhecer e se visitar. Em cada grupo escolhem-se lideranças que animem e façam suscitar novos agentes da comunidade.
A formação das lideranças e o apoio da paróquia a essas comunidades são imprescindíveis. Nessa instância, podem ser desenvolvidos muitos serviços e ministérios: o cuidado aos doentes, a visita aos migrantes, a catequese, a celebração da Palavra, o acompanhamento dos enlutados, a devoção mariana, a preocupação com os pobres, a preparação para o Natal e a Páscoa, a preparação aos sacramentos do Batismo e do Matrimônio, a Leitura Orante da Bíblia, a celebração dos aniversários e as confraternizações. Esses são alguns exemplos da riqueza que pode ser desenvolvida nesses pequenos grupos.
O mais importante é que, assim, todos estão incluídos numa família cristã, superando o anonimato e vivendo de forma solidária o testemunho cristão. Cada vez mais, as comunidades precisam ser espaços onde a pessoa se realize afetivamente na fé e no seguimento de Jesus. Há muito vazio e abandono entre as pessoas; por isso, as comunidades podem dar e e ajudar seus membros a enfrentarem as dificuldades. Sobretudo hoje, quando as crises da vida familiar afetam a tantas crianças e jovens, as paróquias oferecem espaço comunitário para se formar na fé e crescer comunitariamente.
Desse modo, a paróquia, especialmente nas cidades, poderá realizar uma evangelização mais pessoal e aumentar as relações positivas com os outros agentes sociais, educacionais e comunitários.