Três partes, 12 capítulos, 167 parágrafos, 60 páginas: assim se apresenta o documento final da XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, sobre o tema “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. O texto foi aprovado no dia 27 de outubro de 2018 na Sala do Sínodo. O documento foi entregue nas mãos do Papa, que então autorizou a sua publicação. c5953
É o episódio dos discípulos de Emaús, narrado pelo evangelista Lucas, o fio condutor do Documento Final do Sínodo dos Jovens. O documento é complementar ao Instrumento de Trabalho do Sínodo, do qual toma a subdivisão em três partes.
Acolhido com aplausos, o texto é o resultado de um verdadeiro trabalho de equipe dos Padres Sinodais, juntamente com os outros participantes no Sínodo e de modo particular os jovens. O Documento recolhe as 364 emendas apresentadas. A maior parte delas foi precisa e construtiva. Todos os parágrafos do texto foram aprovados com pelo menos dois terços dos votos.
Em primeiro lugar, o Documento Final do Sínodo olha para o contexto em que vivem os jovens, destacando os pontos de força e desafios. Tudo parte de uma escuta empática que, com humildade, paciência e disponibilidade, permite de dialogar realmente com os jovens, evitando “respostas pré-concebidas e receitas prontas”. Os jovens querem ser “ouvidos, reconhecidos, acompanhados” e querem que sua voz seja “considerada interessante e útil no campo social e eclesial”. A Igreja nem sempre teve essa atitude, reconhece o Sínodo: muitas vezes sacerdotes e bispos, sobrecarregados por muitos compromissos, lutam para encontrar tempo para o serviço da escuta. Daí a necessidade de preparar adequadamente também leigos, homens e mulheres, capazes de acompanhar as jovens gerações. Diante de fenômenos como a globalização e a secularização, além disso, os jovens movem-se em direção a uma redescoberta de Deus e da espiritualidade e isso deve ser um estímulo para a Igreja, para recuperar a importância do dinamismo da fé.
Outra resposta da Igreja às questões dos jovens vem do setor educacional: as escolas, as universidades, as faculdades, os oratórios, permitem uma formação integral dos jovens, oferecendo também um testemunho evangélico de promoção humana.
Num mundo onde tudo está conectado (família, trabalho, tecnologia, defesa do embrião e do migrante) os bispos definem como insubstituível o papel desempenhado pelas escolas e universidades onde os jovens am muito tempo. As instituições educacionais católicas, em particular, são chamadas a enfrentar a relação entre a fé e as demandas do mundo contemporâneo, as diferentes perspectivas antropológicas, os desafios técnico-científicos, as mudanças nos costumes sociais e o compromisso com a justiça. Também a paróquia tem o seu papel: “Igreja no território”, é preciso um repensar na sua vocação missionária, pois muitas vezes resulta pouco significativa e pouco dinâmica, especialmente na área da catequese.