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Em seu pontificado, Francisco realizou gestos que traduzem e reforçam suas mensagens para a Igreja e a humanidade inteira. Não foi só com palavras e documentos que ele apontou para uma Igreja em saída, misericordiosa, que cuida da criação, vive o amor na família e promove a fraternidade humana.
Eis alguns dos muitos gestos que marcaram o pontificado do Papa Francisco e ficaram registrados na memória e no coração de todos nós e na história da Igreja e da humanidade!
1º) Logo após ser apresentado ao mundo, na sacada central da Basílica de São Pedro, o Papa Francisco surpreendeu os fiéis que lotavam a praça ao saudá-los com um “Boa noite” e ao inclinar-se pedindo orações por sua missão à frente da Igreja Católica.
2º) Em 08/07/2013, o Papa Francisco fez a 1ª viagem de seu pontificado, à ilha de Lampedusa, no sul da Itália, para manifestar sua proximidade aos migrantes que tinham conseguido atravessar o Mediterrâneo e chorar por aqueles que morreram na travessia. Esse gesto do papa deu início às diversas iniciativas em vista de acolher, proteger, promover e integrar os migrantes.
3º) Em julho de 2013, Francisco fez sua primeira viagem apostólica para a Jornada Mundial da Juventude do Rio no Brasil. Na ocasião, vários momentos marcaram a memória do povo naquele primeiro contato com o Papa: usou um carro simples para ir do Aeroporto até a Catedral; cumprimentou as pessoas pelo caminho; visitou uma favela, onde entrou numa Igreja Evangélica e na casa de uma família; em Copacabana, brincou com a multidão dizendo que o Papa é argentino e Deus é brasileiro.
4º) Em várias ocasiões, Francisco saiu do Vaticano para fazer visitas surpresas na periferia de Roma, a instituições que trabalham com jovens ou com pessoas que enfrentam problemas mentais, oferecendo-lhes palavras de incentivo. Também visitou paróquias da periferia da Diocese de Roma e encontrou com o clero.
5º) Em 28/10/2014, Francisco reuniu-se com movimentos populares, que realizavam, em Roma, seu 1º encontro mundial. Em audiência, proferiu um discurso indicando que toda pessoa humana tem direito a terra, teto e trabalho.
6º) Na Bolívia, o Papa afirmou: “a globalização da esperança, que nasce dos povos e cresce entre os pobres, deve substituir esta globalização da exclusão e da indiferença”.
7º) Em 2015, Francisco convocou o Jubileu Extraordinário da Misericórdia e aquele Ano Santo foi oportunidade para contemplar o mistério da misericórdia, fonte de alegria, serenidade e paz.
8º) Francisco visitou os campos de concentração de Auschwitz e Birkenau, onde milhares de judeus foram feitos prisioneiros e mortos pelo regime nazista. Naquela ocasião, em julho de 2016, no silêncio e na oração, escreveu no Livro da Memória do Museu de Auschwitz: “Senhor, tem piedade do teu povo! Senhor, perdão por tanta crueldade!”
9º) Em Puerto Maldonado, no Peru, em 18/01/2018, o Papa disse: “Provavelmente, nunca os povos amazônicos estiveram tão ameaçados nos seus territórios como estão agora”. Essa sua frase manifestava sua preocupação com a vida dos povos indígenas.
10º) Francisco fez questão de exaltar a união de amor entre o homem e a mulher. E, mesmo que o Sacramento do Matrimônio seja celebrado pelos nubentes, ele fez questão de assistir noivos na união diante de Deus, como em 2018, quando presidiu a Missa no casamento de uma jovem brasileira com um ex-guarda-suíço.
11º) Francisco demonstra a valorização da família ao convocar duas assembleias sinodais sobre a família, ao escrever a exortação apostólica sobre o amor na família e instituir o ano “Família Amoris Laetitia”, cinco anos após a publicação do documento pós-sinodal.
12º) Em 11/04/2019, em gesto sem precedentes no Vaticano, Francisco ajoelhou e beijou os pés de líderes do Sudão do Sul que viviam em guerra pelo controle do país e suplicou a eles que não voltassem a travar uma guerra civil pelo poder.
13º) Em 2019, Francisco assinou com o líder muçulmano uma declaração conjunta de boas e leais vontades, capaz de convidar todas as pessoas, que trazem no coração a fé em Deus e na fraternidade humana, a “unir-se e trabalhar em conjunto, de modo que tal documento se torne para as novas gerações um guia rumo à cultura do respeito mútuo, na compreensão da grande graça divina que torna irmãos todos os seres humanos”. A declaração é considera precursora da encíclica Fratelli Tutti.
14º) Quem não se recorda da imagem mais emblemática de seu pontificado, quando, em 2020, no começo da pandemia de Covid-19, o Papa atravessou a Praça de São Pedro, vazia e debaixo de chuva, rumo à porta da basílica, num momento desafiador e de sofrimento para a humanidade inteira, para um momento de oração com a bênção Urbi et Orbi. Meditando o Evangelho no qual Jesus acalma a tempestade, Francisco ressaltou que, naquele momento, todos estavam no mesmo barco e eram chamados a remar juntos, despertando e ativando a solidariedade e a esperança.
15º) Francisco quis sempre construir pontes e derrubar muros. E assim ele quis fazer diante dos inúmeros conflitos que ocorrem no mundo todo, que marcam como que “uma guerra mundial em pedaços”. Ucrânia, Palestina, Israel, Líbano, Mianmar, Sudão e Kivu do Norte foram frequentemente lembrados por ele nas orações do Angelus, junto com um clamor pela paz.
16º) Francisco não deixou de levar mensagens importantes mesmo com sua fragilidade durante o longo período de internação e após a alta do hospital. Quando possível, ligava para a paróquia em Gaza. Depois de retornar para a Casa Santa Marta, sua primeira aparição pública foi no Jubileu dos Enfermos e do Mundo da Saúde. Ele quis estar próximo e se fazer um daqueles peregrinos.
17º) Francisco será sempre lembrado como o Papa da Ecologia Integral, tendo escrito a Laudato Sì e o Laudate Deum, reafirmando que na casa comum tudo está interligado e que devemos nos preocupar com o meio ambiente, mas também com os seres vivos que o habitam, especialmente o ser humano, para que tenham vida de qualidade.
18º) Francisco é, portanto, o Papa da alegria, da esperança, da paz e da misericórdia. Da alegria do Evangelho. Da Esperança que não engana. Da paz que vem de Deus e que é fruto do amor e da justiça. Da misericórdia, pois é pela misericórdia que somos salvos.