“Se o grão de trigo, caído na terra, não morrer, fica só; se morrer, produz muito fruto. Quem ama a sua vida, irá perdê-la; mas quem odeia a sua vida neste mundo, irá conservá-la para a vida eterna” (Jo 12, 24-25). 4j6h50
A Igreja Católica, além de celebrar o santo do dia, festas e solenidades litúrgicas, dedica uma devoção particular a cada mês, sendo que a escolha dessa devoção é baseada em alguma celebração litúrgica especial ou algum acontecimento histórico. Novembro é dedicado às almas do Purgatório, pois no dia 2 rezamos pelos fieis falecidos, já que as almas, por si mesmas, não podem conseguir purificação: elas dependem e esperam por nossas orações, penitências e missas celebradas em intenção delas. Mas precisamos morrer para nós mesmos e viver para Cristo, ainda nesta vida terrena, para podermos alcançar a vida eterna.
É necessário morrer para o pecado, para a discórdia, para o ódio, para o vício, para a maledicência, para a discriminação, para o egoísmo e para tudo o mais que nos leva ao caminho largo da perdição eterna. Quando sepultamos as coisas que o mundo oferece e que nos tiram do caminho que leva ao céu, é que renascemos para uma vida nova em Cristo, vida plena e abundante, capaz de produzir frutos de justiça e paz! É preciso entregar o precioso dom da vida que Deus nos deu a serviço da vida do outro, usando todos os recursos necessários, para que o outro tenha um encontro pessoal com Jesus e, a partir desse encontro, ele também possa doar a vida a serviço de outra vida…
Mas não é nada fácil renunciar desejos e vontades pessoais em prol do bem-estar do outro. Nossa natureza humana grita e quer se sobrepor ao sobrenatural que habita em nós. Deus nos deu o livre-arbítrio, para que escolhamos ou não seguir seus ensinamentos, fazer ou não o que ele nos pede. É necessário abrir-se à ação do Espírito Santo, ter comunhão com o Pai Eterno através de uma vida de oração, como Jesus nos ensinou. Se alimentarmos o mal, ele irá governar nossas ações. O bem cresce à medida que é cultivado. Nossa intimidade com o Senhor aumenta, quando oramos, escutamos e fazemos o que ele nos orienta. É preciso renunciar a si mesmo e abraçar a cruz, para seguir Jesus: único caminho que leva ao Pai.
Às vezes, observamos outras pessoas, que parecem ser mais felizes, mais bem-sucedidas, mais amadas e mais respeitadas do que nós, e nos esforçamos para sermos aceitos pelas regras e convenções deste mundo. Por isso, nos sentimos frustrados por não sermos tão populares. Ninguém sabe o que o outro ou, para chegar na posição social em que se encontra, ou para ter bens materiais que lhe permite viver confortavelmente. Uma coisa é certa: você é um ser único, muito amado por Deus e precisa somente da aceitação d’Ele, para ser plenamente feliz. Se o Senhor lhe plantou nesta família, neste trabalho, são nesses locais que você deve florescer e produzir muitos bons frutos, ando e aceitando as pessoas com as quais se relaciona, com muito respeito e humildade. A semente é pequena, mas se morrer, germina e produz fruto: é a morte que gera a vida! Desenvolva e use os dons que Deus lhe deu, para que, nas maiores adversidades, você tenha a paz de Cristo em seu coração, floresça e consiga atravessar as provações, com dignidade e fé. A sua meta é o céu: morra para este mundo. Deus basta!