No dia 22 de dezembro de 2018, às 10h00, na Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na Ilha dos Araújos, em Governador Valadares, Dom Antônio Carlos Félix, Bispo Diocesano, presidiu a Missa Solene da Ordenação Diaconal do Seminarista Irineu Altair da Silva, que foi concelebrada por vários padres, diáconos e participada por seminaristas, familiares e amigos do ordinando, e fiéis de várias paróquias de nossa Diocese. 5f1k69

Parabéns, Diácono Irineu! Que Deus lhe conceda muita saúde, alegria e paz na vida e no ministério diaconal e lhe conceda ser um autêntico servidor de Cristo na Igreja e nos pobres!

Leia abaixo a Homilia da Ordenação de Irineu Altair da Silva

Caros padres, diáconos, religiosas, seminaristas e demais fiéis em Cristo,

Estamos para ordenar Diácono este nosso irmão, Irineu Altair da Silva, que com satisfação vocês contam entre seus amigos ou parentes. Considerem, pois, com atenção, o cargo ao qual ele será elevado na Igreja.

Daqui a pouco, ele será ordenado Diácono da Igreja e para a Igreja. Por isso, considerem com atenção o serviço que ele irá prestar. Servirá ao Cristo, supremo Mestre, Sacerdote e Pastor, edificando permanentemente a Igreja como Povo de Deus, Corpo de Cristo e Templo do Espírito Santo.

Saibam que o Diácono não é ordenado para si mesmo, nem para colocar-se acima dos leigos, nem só para desempenhar funções diferentes das funções dos padres e dos bispos. A nova identidade que ele recebe na Ordenação não pode deixar de influir no agir do diácono. Do contrário, seria um dom fechado em si mesmo e não um serviço à Igreja. O segredo de uma vida a serviço está no fato de que seu ponto de referência não é mais o eu, mas o outro. O outro vem primeiro, é pelo outro e para o outro que ele vive. O diácono deve ter consciência de que recebeu o ser de Deus e é chamado a viver servindo os outros nos quais Deus está presente e onde ele pode com a maior certeza encontrá-lo.

Desta forma, a vida do diácono, enquanto servidor do povo do qual saiu e ao qual retorna para servir, tem que ser um contínuo sair de si mesmo, um contínuo não se pertencer, um perene ser conduzido aonde não gostaria de ir, se fosse conduzido por suas inclinações naturais. Mas aí vai porque é aonde o conduzem o amor e a obediência a seu Senhor que o escolheu e o tirou do meio do povo, a fim de ser no mundo seu servidor; aonde o conduzem igualmente o amor e o serviço humilde aos seus irmãos, sobretudo aos mais pobres e mais fracos, a fim de anunciar-lhes o Evangelho e restaurá-los na sua dignidade de filhos amados de Deus. Vivendo autenticamente isso, o diácono estará contribuindo para criar um novo modelo de Igreja, mais de acordo com o sonho de Jesus e o projeto do Pai.

Quanto a você, Irineu, filho caríssimo, que será ordenado Diácono: o Senhor lhe deu o exemplo para que, assim como ele fez, faça você também. Em sua condição de Diácono, isto é, de ministro de Cristo, que se manifestou servidor dos seus discípulos, cumpra generosamente a sua vontade e, na caridade, sirva com alegria tanto a Deus quanto à humanidade. Sendo impossível servir a dois senhores, lembre-se de que toda impureza ou avareza é sujeição aos ídolos. Não se esqueça de que, acima de tudo, você é chamado a amar o irmão, pois o amor é o vínculo da perfeição. Tudo o que fizer, faça-o de coração, como que para o Senhor e não para os homens.

Não se esqueça de que, unido ao sacerdócio do Bispo e dos Padres, o Diácono é chamado a anunciar o Evangelho, a praticar a caridade e a celebrar o culto divino.

Você procurou livremente a Ordem do Diaconato, a exemplo dos que foram escolhidos pelos Apóstolos para o serviço da caridade. Assim também você deve ser homem de bem, cheio do Espírito Santo e de sabedoria. Enraizado e alicerçado na fé, apresente-se de coração puro e irrepreensível diante de Deus e dos homens, como convém a um ministro de Cristo e dispensador dos mistérios de Deus.

Você exercerá o seu ministério no estado do celibato: na verdade, ele é sinal e incentivo da caridade pastoral e incomparável fonte de fecundidade no mundo. Impelido por um sincero amor a Cristo e vivendo com total dedicação neste estado, consagrar-se-á mais facilmente a Cristo, com um coração sem partilha; poderá dedicar-se mais livremente ao serviço de Deus e dos homens, e trabalhar com maior solicitude na obra da salvação eterna.

A 1ª leitura (Jr 1, 4-9) relata a vocação profética de Jeremias. Trata-se de um chamado de Deus, que o escolhe livremente para ser profeta das nações. Deus, porém, não o envia para a derrota; se pede coragem, é porque Ele dá o apoio e a certeza de resistir e assegura que estará sempre perto. Por isso, Irineu, “não tenha medo”. Pelo batismo, você foi chamado a ser profeta. O profeta é o homem da esperança e o defensor dos fracos. É o homem que viu a Deus; não, certamente, Deus em si mesmo. Mas vê o que Deus faz, vê o seu plano de amor; e, por isso, é capaz de fazer uma leitura divina dos acontecimentos humanos.

Acolha como se fosse para você o conselho de Paulo a Timóteo, na 2ª leitura (1 Tm 4, 12-16). Seja exemplo para os fiéis, na palavra, na conduta, na caridade, na fé, na pureza. Não descuide o dom da graça que você receberá pela imposição das minhas mãos. Cuide de si mesmo e do que ensina aos fiéis. Seja perseverante.

No Evangelho (Lc 5,1-11), Jesus convida Pedro a lançar as redes para águas mais profundas. É o mesmo que nos pede, hoje: quer que tenhamos coragem de ser uma Igreja em saída missionária, uma Igreja capaz de ir às periferias geográficas e existenciais para evangelizar e servir os mais necessitados. Por isso, Irineu: “Não tenha medo”! Jesus conhece suas fraquezas e suas limitações. Mas Ele conta com você, com o seu SIM, e promete estar sempre ao seu lado para ser sua força e seu sustento na caminhada e na missão. Portanto, seja firme e “não tenha medo”!

Em todas essas coisas, proceda de tal modo, com a graça de Deus, que você possa ser reconhecido como seguidor d’Aquele que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida por todos.

Amados irmãos e irmãs, louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

Dom Félix